Rio Grande do Sul lança novo Atlas Eólico
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Um panorama atualizado do potencial gaúcho de produção de energia a partir de fonte eólica foi lançado nesta terça-feira (16) no Palácio Piratini. Medições realizadas em 70 torres evidenciam que, com ventos maiores ou iguais a 7m/s, o potencial gaúcho é de 102,3 GW à altura de 100 metros e de 245,3 GW extrapolado para a altura de 150 metros.
O novo Atlas Eólico do Rio Grande do Sul é resultado de uma parceria entre a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) e da Eletrosul. “O potencial identificado no primeiro Atlas permitiu ao Estado formar um dos principais parques geradores do país e tornar-se referência no setor. A ampliação das oportunidades nos levará ainda mais longe”, afirma o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik.
O potencial atual do Estado representa 6,5 vezes mais do que na última medição, de 2002, realizada para a altura de 50 metros. E a publicação traz ainda outras informações do regime de ventos, como intensidade e direção, possibilitando identificar os potenciais de aproveitamento da energia eólica e elaborar estudos preliminares de viabilidade nos locais mais adequados. “Com esses dados, potenciais investidores em Energia Eólica, que é um dos 23 setores estratégicos da Política Industrial, poderão vislumbrar as áreas mais promissoras para seus empreendimentos, o que certamente irá facilitar e acelerar a tomada de decisão”, diz o presidente da AGDI, Ivan De Pellegrin.
Executado pela Empresa Camargo Schubert, com larga experiência no setor, o Atlas Eólico representa um importante salto tecnológico em relação a outros estudos existentes. “A resolução final de mapeamento, de 200 metros x 200 metros, significa um nível de detalhamento 25 vezes superior ao apresentado na versão anterior e na brasileira”, explica o coordenador de Energias e Comunicações da AGDI, Eberson Silveira.
Além de dados coletados pela Camargo Schubert, o atlas conta ainda com informações fornecidas por outras 21 empresas do setor. Para o diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul e coordenador das duas edições, Ronaldo dos Santos Custódio, a revisão era necessária, pois ao longo de 12 anos houve evoluções tecnológicas nos modelos meteorológicos que fazem as estimativas, além do conhecimento técnico adquirido nesse período, a partir das campanhas de medição de ventos e da operação efetiva de parques eólicos. “Todo o banco de dados de medição da Eletrosul foi utilizado, o que já seria suficiente para elaborar o atlas. No entanto, o Governo do Estado conseguiu mobilizar todo o setor eólico do Rio Grande do Sul, que também forneceu suas informações, enriquecendo ainda mais esse trabalho”, afirma Custódio.
Um dos diferenciais desse trabalho é a avaliação do potencial eólico por municípios, micro e meso regiões com potencial maior que 30 MW. As regiões mais promissoras são Sudoeste, com 43,20 GW, e Sudeste, com 37,99 GW.
Atualmente, o Rio Grande do Sul conta com 634 MW instalados em 23 parques eólicos. Em função dos leilões de energia já realizados, até 2018 o Estado terá potência instalada de 2.053,9 MW, em 91 parques – totalizando investimento de R$ 8,6 bilhões.