O consumo de produtos tradicionalistas gaúchos expresso em números. Esta é a proposta da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RS (Sedec), que tem como titular Ernani Polo, para mensurar o potencial econômico gerado pela cadeia tradicionalista gaúcha. Um estudo científico inédito será elaborado pela Universidade Feevale. Na terça-feira (11/7), A Feevale explanou o levantamento preliminar sobre os impactos do tradicionalismo gaúcho do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Conforme dados iniciais, os produtos tradicionalistas gaúchos movimentam R$ 1 bilhão por ano.

O relatório indica que somente os itens do chimarrão chegam a movimentar R$ 176 milhões, reunindo 180 mil agricultores, que cultivam 77 mil hectares de erva-mate em 486 municípios do sul do Brasil. Estimativa aponta que a indumentária dos gaúchos e das prendas, soma cerca de R$ 150 milhões. Já o setor de eventos, como rodeios, bailes e outras atividades de lazer, movimentam R$ 158 milhões e gastos com animais (cavalo, encilha, transporte) R$ 342 milhões. Hoje, o RS tem 1,8 mil centros de tradições gaúchas (CTGs) espalhados pelo Estado.

O secretário da Sedec, Ernani Polo, explicou que uma das finalidades do projeto é facilitar o entendimento sobre os reflexos da cadeia. "Por meio dessa pesquisa acadêmica, será possível catalogar a geração de emprego e de renda desse setor produtivo", realçou.

O reitor da Feevale, Cleber Prodanov, afirmou que o estudo pode ser um caminho para políticas públicas de fomento às tradições. "Será uma ferramenta séria e científica para subsidiar ações em prol do desenvolvimento dessa área de relevância econômica e cultural”, salientou.

O professor de Economia da Feevale, José Antônio Ribeiro de Moura, que construiu o documento, disse que essa reunião servirá para definição de metodologia de trabalho e do escopo de pesquisa."O estudo visa mensurar a contribuição do segmento e o potencial de consumo, incluindo atividades correlatas, rodeios, música e turismo", avalia.

Também participaram da reunião a secretária adjunta de Cultura,Gabriella Meindrad, e representantes de entidades tradicionalistas.