Secretário de Desenvolvimento Econômico participa de fórum sobre o desenvolvimento do Estado, no Litoral Norte
Lideranças políticas e autoridades estiveram em Xangri-lá debatendo a retomada do RS após os eventos climáticos de 2024
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
As possibilidades de financiamentos de setores produtivos e de projetos fomentadores de emprego e renda após os eventos climáticos que atingiram o RS em 2024 estiveram em discussão durante o XI Fórum Econômico Gaúcho – Tempo de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul, nesta quinta-feira (13/2), em Xangri-lá, no litoral norte gaúcho. Produzido pela Rede Pampa e com o apoio do Governo do RS, Banrisul, da Corsan Aegea e das agências de fomento vinculadas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) - Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Badesul -, o evento reuniu setor público e privado para falar do desenvolvimento do Estado.
O titular da Sedec, Ernani Polo foi um dos painelistas do fórum e, em seu discurso, ressaltou a importância de reunir autoridades e empresários para debater, em conjunto, os caminhos e alternativas para o desenvolvimento econômico do RS e lembrou do momento difícil que o RS passou. “O nosso Estado viveu - e ainda vive- um momento muito difícil em sua história, da maior tragédia climática. E, agora, também está sentindo os reflexos de uma estiagem que já traz prejuízos, especialmente ao agro. Com certeza as discussões neste evento contribuirão para que o RS possa crescer, se desenvolver e se tornar um lugar melhor para se viver”.
Polo citou o Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável como um guia para reconstruir um Estado mais resiliente e forte economicamente e o trabalho da Invest RS para a abertura de mercados e atração de investidores. “Estamos muito confiantes, acreditando na capacidade econômica e na captação de investimentos de todos os portes. Tornar o RS maior e melhor nos anima, nos move e nos motiva”, disse. O secretário encerrou sua fala lembrando que “o Rio Grande do Sul é forte pela capacidade empreendedora do seu povo. O poder público faz sua parte para que possamos, juntos, alavancar o crescimento econômico em parceria com empresários e entidades”.
O secretário de Turismo, Ronaldo Santini, falou sobre o setor ser uma importante matriz econômica que contribui para a geração de emprego e renda, além de ter a capacidade de atrair novos recursos e investimentos. Santini explicou o trabalho feito para reposicionar o RS como destino turístico pós enchente, transmitindo aos turistas que o Estado estava pronto para recebe-los. As ações deram resultado e se verificou um aumento de 20% a 30% na procura por pacotes de viagem e passagens para o Estado.
“A mensagem que deixamos aqui é que o RS é muito rico em oportunidades. Ele tem uma diversidade de opções que faz o turismo daqui ter grau de competitividade com qualquer país. Nós temos potencialidades que podem ser trabalhadas com alto grau de excelência. Precisamos acreditar no nosso Estado. Ninguém consegue comercializar aquilo em que não acredita. Se você confia, você consegue colocar seu produto no mundo”, finalizou Santini.
O vice-presidente da Scala Data Center, Luciano Fialho, contou a história da empresa e explicou um pouco de seu funcionamento. A escolha pelo RS para receber o investimento, segundo o executivo, foi uma questão estratégica, privilegiando locais em que haveria capacidade energética para um grande volume de processamento de dados e uma temperatura favorável pois, em climas menos tropicais, se perde menos energia para resfriar os geradores usados no processamento de dados. Todavia, segundo Fialho, o que foi decisivo para a decisão pelo Estado foi o ambiente de negócios.
“Aqui entram o governador Eduardo Leite e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Desde o primeiro momento em que pensamos em criar um grande centro de processamento de dados percebemos que, aqui, o elemento que faltava para escolher o RS se fechava. Temos infraestrutura, temos energia e, com certeza, o ambiente de negócios favorável para receber o nosso investimento”, disse. Com um investimento inicial de R$3 bilhões a Scala Data Centers irá construir uma cidade de data centers em Eldorado do Sul, impulsionando o potencial do Estado na área de tecnologia e inteligência artificial.
Sobre o maior investimento privado da história do RS - R$ 24 bilhões para uma unidade fabril em Barra do Ribeiro - o diretor-geral da CMPC, Antônio Lacerda, abordou os desafios e oportunidades que a implementação da indústria traz. Iniciando com o tópico “pessoas”, Lacerda informou que, durante a construção da nova indústria, serão criados 12 mil postos de trabalho, que serão ocupados por 25 a 30 mil pessoas diferentes. Após, serão empregadas outras 6 mil de forma permanente, trazendo desenvolvimento e prosperidade para as localidades onde estiverem.
Lacerda também falou dos investimentos em infraestrutura, informando sobre o aporte de R$1 bilhão para um terminal no porto de Rio Grande para exportação de celulose. “Com as unidades em Guaíba e em Barra do Ribeiro, a região vai se tornar o maior eixo de celulose do planeta. Podemos dizer que a CMPC é uma empresa fundada no Chile, mas que tem os seus negócios aqui no Rio Grande do Sul”, pontuou Lacerda.
O presidente do Badesul, Claudio Gastal, reforçou o papel da instituição como agência de fomento, que busca o desenvolvimento do RS através do crédito. Gastal falou dos financiamentos para os setores como turismo e indústria da inovação e afirmou “não tem como pensar em investimento e em crescimento sem pensar em crédito. Colocamos o Badesul à disposição dos empreendedores, dos prefeitos e de todos aqueles que querem fomentar o desenvolvimento econômico e social do Estado”.
O vice-presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Junior, falou sobre a linha de credito Em Frente RS que, com o valor de R$325 milhões, contribuiu para a reconstrução do Rio Grande do Sul. Também falou sobre a necessidade de tratamento tributário igualitário para todos os estados brasileiros, que ele considera fundamental para o futuro do sul e sudeste. O executivo pediu para que se deixem as polarizações de lado em prol da união por um objetivo comum. “Temos que estar todos unidos com essa pauta e este tema”, finalizou.
Encerrando o fórum, o vice-governador Gabriel Souza , declarou que, apesar das dificuldades - como a estiagem- o RS inicia 2025 muito animado do ponto de vista da economia, do desenvolvimento e da reconstrução. Souza ressalta que tem se feito uma política séria e que é um compromisso do governo perseguir o caminho da responsabilidade fiscal. “Esta não é uma questão meramente financeira, mas também um pressuposto para viabilizar as políticas públicas”, explicou.
Sobre mudanças climáticas, o vice-governador ressaltou que nenhum lugar do mundo estará em condições de se desenvolver sem estar preparado para os futuros eventos climáticos. Segundo ele, o RS está trabalhando para estar adaptado às consequências das mudanças climáticas e citou o Plano Rio Grande, que investiu R$ 5 bilhões em diversas áreas como reconstrução, políticas sociais e de ativação da economia.
Souza também destacou os investimentos que o RS recebeu, com o da CPMC. Ao falar sobre a Scala Data Centers, ressaltou que esta será uma porta de entrada para o Rio Grande do Sul na área da tecnologia.
O vice-governador finalizou dizendo: “minha mensagem é de otimismo. Nós temos muitas coisas boas que estão a caminho de acontecer, mas isso não nos faz descansar ou deixar de sermos sabedores dos desafios. Certamente, em conjunto com a sociedade gaúcha, nós vamos fazer frente a isso”.