RS estende apoio à cultura e vai a Frankfurt
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Pela primeira vez, a Feira do Livro de Frankfurt terá um estande coletivo do RS. Cinco editoras gaúchas participarão da mostra, que acontece de 8 a 12 de outubro, na Alemanha. São mais de 7 mil expositores e cerca de 275 mil visitantes passaram por lá em 2013. Com tradição de mais de 500 anos, a feira tem caráter internacional há 65 anos.
As editoras gaúchas contam com apoio financeiro do Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), além do Clube de Editores. No âmbito institucional, a parceria envolve o Instituto Estadual do Livro (IEL), da Secretaria de Cultura do RS (SEDAC) e da Associação Gaúcha de Escritores (AGE).
Para a diretora do Instituto Estadual do Livro, Laís Chaffe, a participação do Rio Grande do Sul na Feira do Livro de Frankfurt é importante não apenas por divulgar os livros, editoras e autores gaúchos, abrindo perspectivas de negócios e parcerias culturais, mas também por se tratar de um esforço conjunto de vários agentes.
“Esperamos que, a partir dessa primeira participação, nossos editores e autores sintam-se estimulados a repetir a experiência, em um círculo virtuoso em que a ampliação das redes de contatos e de novos negócios incrementem ainda mais as cadeias produtiva e criativa do livro e aumentem o interesse de editoras e tradutores de fora do país pelas nossas obras”, destaca Laís.
Cultura que alimenta a economia
“O Brasil foi homenageado na última edição e não tivemos quase nenhum representante gaúcho. O Clube dos Editores, ao perceber a lacuna, foi ao governo do Estado mostrar a demanda. A SEDAC demonstrou interesse, dando iniciativa, enquanto a SDPI viabilizou”, observa a vice-presidente do Clube dos Editores, Clô Barcellos, destacando que, “com a abertura do governo, a cultura vira economia, modernizando-se e dando retorno ao patrocínio.”
A expectativa do Clube é institucional. Para qualificar a participação, foi realizado treinamento com as editoras. Devido ao apoio financeiro, novas empresas já querem integrar o projeto em 2015. “Pretendemos estender essa participação para outras feiras importantes da categoria", relata Clô.
“A Feira de Frankfurt é a maior e mais antiga feira de negócios do setor editorial no mundo. O mercado está aquecido, diversas pequenas editoras têm surgido, com muito potencial para ampliar seus negócios e, também, para fazer crescer seu público leitor e dos escritores gaúchos e brasileiros”, explica Denise Viana, diretora de economia da SEDAC.
Participantes gaúchas
Arquipélago Editorial/ Porto Alegre
Pela primeira vez na feira, a Arquipélago levará 10 títulos para a Alemanha. Tito Montenegro, diretor da editora, afirma que é essencial a participação para buscar novos negócios e conhecer o que outras editoras do mundo estão produzindo. A marca pretende mostrar seus livros a potenciais parceiros e vender os direitos de tradução deles para outros idiomas, especialmente o inglês, o alemão e o francês. Ao mesmo tempo, irá atrás dos catálogos de outras editoras e eventualmente adquirir direitos de livros para traduzir para o português. Ele considera essencial o estande coletivo, pois gera estrutura para negociações e insere o Rio Grande do Sul no mundo, que é o terceiro maior estado produtor literário do Brasil.
EDIPUCRS/ Porto Alegre
A palavra que define a segunda participação consecutiva da EDIPUCRS na mostra é “Inovação”. A responsável pelo setor comercial, Silvia Bobik, constatou que se aprende muito e há renovação com a feira, além de gerar contatos. Serão entre 8 e 10 títulos no catálogo de livros universitários, todos bilíngues e que serão doados durante as negociações. “O evento serve de vitrine mundial para a editora. O apoio do governo neste ano traz credibilidade às gaúchas”, conta Silvia.
Dublinense/ Porto Alegre
Na terceira participação consecutiva, a Dublinense já colhe frutos: “Três títulos publicados, muito aprendizado e projetos futuros de cooperação com editoras internacionais”, destacou o sócio-diretor, Gustavo Faraon, que neste ano vai à Alemanha com a intenção de produzir, efetivar compra de títulos e reproduzi-los em português. “É um passo importante para o reconhecimento mundial da literatura gaúcha. Reflete na cultura saindo não só do estado, mas também do país, quebrando barreiras”, assegura Gustavo, referindo-se ao subsídio. Sobre a participação, o principal é a renovação. “Estar na mostra garante que a editora não fique para trás em nível mundial e se modernize a cada participação.”
Belas Letras/ Caxias do Sul
Tendo participado anteriormente do evento, a Belas Letras já adquiriu obras estrangeiras para tradução. Segundo Pedro Guerra, que trabalha no setor de marketing, a importância da presença se dá pelo fato da feira ser a maior do setor editorial tradicional. A empresa levou boa parte do seu catálogo e busca visibilidade internacional para seus livros. “Pretendemos continuar frequentando a mostra, principalmente após o apoio do governo, que facilita a participação.”
Libretos/ Porto Alegre
“O primeiro contato foi educacional, foi questão de aprendizado”, declarou Clô Barcellos, diretora e designer da Libretos, que participa pela segunda vez em Frankfurt. O envolvimento nessa edição, diz ela, é um estímulo à participação de outras editoras no futuro. A marca está investindo na narrativa longa “Entre a Neve e o Deserto”, da gaúcha Gisela Rodriguez, além de levar mais cinco títulos. A expectativa é divulgá-los e estimular a compra para que sejam reconhecidos internacionalmente. Entre esses, três já são bilíngues. “O mundo está ficando pequeno para a literatura, então contamos com todos os recursos para divulgar e percorrê-lo”, falou a diretora, que também é vice-presidente do Clube dos Editores do RS.